quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Debate sobre “Cultura e Direitos Humanos”



“Cultura e Direitos Humanos” foi o tema central da 5.ª Quinzena da Cidadania e esteve em debate durante a conferência de abertura desta edição.

O escritor angolano Ondjaki, que não pôde estar presente, fez a sua intervenção via online, retratando a história de um viajante numa jangada no rio. O escritor e poeta falou sobre a importância dos governantes fazerem um bom diagnóstico: “Um mau diagnóstico atrapalha a governação. Os governos devem dignosticar os problemas, as sociedades, as necessidades das pessoas antes de partirem para as políticas públicas. É importante também trabalhar nos Direitos Humanos numa vertente do direito à educação e à cultura para que haja um ajuste mais perfeito. As pessoas são factores essenciais para a mudança”, disse.

Na sua intervenção a produtora e realizadora santomense Katya Aragão falou da importância dos filmes, das peças teatrais e os livros para a edificação da justiça e dos Direitos Humanos. “Eu acredito que valorizarmos a cultura é o ponto de partida para tudo. E a cultura inclui a língua, música, etc, e acho muito importante nós recuperamos aquele orgulho nacional que se sentiu quando se alcançou a independência”, frisou

A cineasta acredita que se “nos focarmos mais no país como nossa família, abandonar a cultura do “safar” que se tornou normal e apostarmos em quem podemos ser e através das artes e cultura podemos criar empregos e levar o nosso país além fronteiras. Educar é o que nós mais precisamos”concluiu Katya Aragão.



A jurista e activista social Domitilia Trovoada referiu na sua abordagem que é preciso termos no país “uma sociedade civil cada vez mais forte para termos um país mais livre, justo e igualitário”, disse. Para Domitilia Trovoada não obstante existir várias políticas para o processo de participação das mulheres, a nível da cultura ainda constatamos a debilidade da mulher são-tomense. Existe pouca “participação das mulheres nas manifestações culturais e por razões de subordinação as coisas continuam assim. Por isso é necessário quebrar o paradigma e evoluirmos para que haja mais participação das mulheres pois tudo isso faz parte da cidadania”, avançou a jurista.

Por seu lado, a investigadora na área de estudos culturais nos países de língua portuguesa Livia Apa falou da urgência de se criar uma cultura “vocacionada para os Direitos Humanos. Pois não é possível haver cultura sem direitos dos direitos. Cultura pode ser um indivíduo ou uma comunidade. Cultura é património e é uma característica única de cada lugar”, explicou.

Durante a sessão aberta sobre a “ Cultura e Direitos Humanos” vários contributos foram dados, todos eles enfatizando a necessidade de se fazer mais pela cultura e de se educar as crianças para a mudança da mentalidade.


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