“Novos caminhos: Mulheres, Cultura e Criatividade” foi tema de conversa entre cerca de 30 representantes de mulheres das comunidades do distrito de Lembá. A iniciativa enquadrou-se na quinta quinzena da cidadania que terminou esta sexta-feira (26/01).
A tertúlia foi um momento de troca de experiências, para falar de preocupações e desafios, assim como da necessidade de se organizarem em rede para encontrar soluções em conjunto, na perspetiva do seu empoderamento económico e social.
Por exemplo, a empreendedora, Iva Rodrigues, manifestou-se animada com o rumo do seu negócio.
“Antes fazia doce de coco, que dava-me muita vantagem. Agora faço gelado. Não tenho medo de trabalho. Posso amarrar 300 plásticos de gelado agora. Tem saída. Eu guardo sempre algum dinheiro. Quando o negócio fica fraco, assim posso retomar. E vou terminar meu curso este ano”, explicou.
Iva já tinha feito uma formação em gestão.
A literacia financeira foi igualmente abordada. De momento, não há nenhum banco no distrito. Xiquilá, nas suas diversas modalidades, é a única alternativa para fazer poupança. Um grupo de amigos ou colegas de trabalho definem as regras. Ou seja, o montante da contribuição e o calendário rotativo de receção. Não há juros, nem comissões. É uma espécie de um por todos e todos por um. Este modelo está generalizado, nomeadamente na administração pública.
“Assim que eu recebo, tiro 500 Dobras e pago xiquilá. Quando chega a minha vez de receber, compro algumas coisas para casa… gasto de acordo com as minhas necessidades. Assim é minha poupança”, disse uma das participantes, que trabalha na fábrica Fluta Non (Nossos Frutos).
Algumas são pequenas agricultoras e o roubo nas suas parcelas de terra tem sido uma grande dor de cabeça. Maria de Lurdes Cabral herdou um pedaço de terra da sua mãe.
Na hora do balanço, as participantes consideraram que o encontro foi interessante.
Rebeca Carvalho, assessora da Câmara Distrital para a área do Turismo, destacou um aspecto “muito importante”.
“Como a mulher deve ser resiliente em vários domínios. Estamos a falar não só do empreendedorismo, mas também de como unir forças para resolvermos os nossos problemas. Aprendemos muito hoje e vamos pôr em prática para ajudar-nos a nós próprias, quanto à sociedade em que estamos inseridas”.
Liudimila Leal, membro da Associação de Mulheres Juristas e facilitadora da tertúlia reconheceu que a “interação foi muito interessante. As mulheres falaram não só dos seus problemas, mas também do seu modo de vida. A mulher pratica naturalmente o empreendedorismo, mas às vezes podem não saber tirar o melhor partido. Trouxemos algumas dicas e demos a conhecer as atualizações feitas no mundo sobre o empoderamento feminino e como é que elas devem se posicionar para participar no desenvolvimento socioeconómico da mulher”.
Atividade idêntica realizou-se em Caué, no último dia da quinta Quinzena da Cidadania.
A literacia financeira foi igualmente abordada. De momento, não há nenhum banco no distrito. Xiquilá, nas suas diversas modalidades, é a única alternativa para fazer poupança. Um grupo de amigos ou colegas de trabalho definem as regras. Ou seja, o montante da contribuição e o calendário rotativo de receção. Não há juros, nem comissões. É uma espécie de um por todos e todos por um. Este modelo está generalizado, nomeadamente na administração pública.
“Assim que eu recebo, tiro 500 Dobras e pago xiquilá. Quando chega a minha vez de receber, compro algumas coisas para casa… gasto de acordo com as minhas necessidades. Assim é minha poupança”, disse uma das participantes, que trabalha na fábrica Fluta Non (Nossos Frutos).
Algumas são pequenas agricultoras e o roubo nas suas parcelas de terra tem sido uma grande dor de cabeça. Maria de Lurdes Cabral herdou um pedaço de terra da sua mãe.
“ Planto milho, mandioca e batata. Mas os ladrões não deixam. Sou mulher, não tenho marido para ajudar-me. Quando sair do trabalho às 17 horas vou com a minha vizinha ver o campo, porque gente de fora está a roubar muito. Neste momento, é de colheita de milho e já estão a roubar. Estão a tirar milho com lanterna. Há dias, lá na Generosa roubaram 5 cabras, de noite, com vizinhos no quintal. E não se sabe, até agora, quem foram os autores. Este é o problema de São Tomé. A gente gasta para os outros. Já chega”.
Contudo, a resiliência e a perseverança continuam presentes.
“Eu tenho uma parcela de terra. Eu mesmo faço a limpeza do meu terreno, quebra de cacau com a ajuda do meu filho. Trabalhava desde 12 anos na empresa Ribeira Palma Praia e quando distribuíram deram-me uma parcela. Era um dependência de Ponta Figo. Hoje, tenho uma boa vida. Criei sete filhos. Quatro rapazes viajaram, duas meninas saíram com bolsa de estudo, tudo com o meu lote. Pertenço a rede de produção de cacau biológico. Eu vivo mais de agricultura” disse Arnalda Ramos de 58 anos.
Contudo, a resiliência e a perseverança continuam presentes.
“Eu tenho uma parcela de terra. Eu mesmo faço a limpeza do meu terreno, quebra de cacau com a ajuda do meu filho. Trabalhava desde 12 anos na empresa Ribeira Palma Praia e quando distribuíram deram-me uma parcela. Era um dependência de Ponta Figo. Hoje, tenho uma boa vida. Criei sete filhos. Quatro rapazes viajaram, duas meninas saíram com bolsa de estudo, tudo com o meu lote. Pertenço a rede de produção de cacau biológico. Eu vivo mais de agricultura” disse Arnalda Ramos de 58 anos.
Na hora do balanço, as participantes consideraram que o encontro foi interessante.
Rebeca Carvalho, assessora da Câmara Distrital para a área do Turismo, destacou um aspecto “muito importante”.
“Como a mulher deve ser resiliente em vários domínios. Estamos a falar não só do empreendedorismo, mas também de como unir forças para resolvermos os nossos problemas. Aprendemos muito hoje e vamos pôr em prática para ajudar-nos a nós próprias, quanto à sociedade em que estamos inseridas”.
Liudimila Leal, membro da Associação de Mulheres Juristas e facilitadora da tertúlia reconheceu que a “interação foi muito interessante. As mulheres falaram não só dos seus problemas, mas também do seu modo de vida. A mulher pratica naturalmente o empreendedorismo, mas às vezes podem não saber tirar o melhor partido. Trouxemos algumas dicas e demos a conhecer as atualizações feitas no mundo sobre o empoderamento feminino e como é que elas devem se posicionar para participar no desenvolvimento socioeconómico da mulher”.
Atividade idêntica realizou-se em Caué, no último dia da quinta Quinzena da Cidadania.