7ª Quinzena da Cidadania debate situação de pessoas com deficiência
“Direitos das Pessoas com deficiência e a situação delas no país” dominaram uma palestra realizada esta segunda-feira no quadro da 7ª quinzena da cidadania que decorre no país até a sexta-feira. O encontro que teve como orador Osvaldo Reis, presidente da Federação das Associações das Pessoas com Deficiência, visou promover o diálogo franco e amplo sobre os caminhos a trilhar para o reforço dos direitos e a inclusão das Pessoas com Deficiência.
O vice-presidente da associação dos
Cegos e Amblíopes, Medeiro dos Santos avançou que a associação que dirige tem
430 pessoas com deficiência visual inscritas e que a realidade destas pessoas continua
marcada por barreiras estruturais.
“Nós somos muitos, mas vocês não nos
veem a andar. Eu ando, mas com guia humano. Porque a bengala é difícil com a
qualidade das nossas estradas. Outros ficam em casa por vergonha. Vivem através
de família e só comem o que outro dá. Quero que pensem em pessoas com
deficiência. Espero que as pessoas de direito e políticos olhem por esta classe.
Eu tomei conhecimento que uma menina de 22 anos morreu, ficava fechada em
casa. É lamentável”, explicou.
A acessibilidade limitada aos edifícios públicos
e privados bem como em transportes “comprometem a autonomia das pessoas com deficiência. Tudo o
que fazemos parece que não resulta. Vamos para tanta palestra, encontros e
saímos de lá iludidos. Não nos dão nada. A luta não é fácil mas tenho fé”, avançou
a presidente da associação dos deficientes.
“ A sociedade deve se preocupar com as
pessoas com deficiência, ir buscar estas pessoas, eu diria nada sobre nós sem
nós, desde a elaboração de orçamento e programas. Porquê que na altura da
campanha vai-se a todos os lugares e no momento de elaboração de orçamento não
se vai ao encontro destas pessoas para saber as reais necessidades?”, questionou
Acácio Elba Bonfim representante da Santa Casa da Misericórdia
“ As pessoas com deficiência fazem parte da sociedade e todos precisamos uns dos outros. Temos que continuar a falar, a bater e já agora felicitar a FONG e os seus parceiros por terem incluído este tema no momento da quinzena. Muita coisa está a ser feita, parece que não, mas está. Existe lei, gabinete de educação especial foi reforçado com mais professores (…) temos avançado mas ainda há muito a ser feito. Temos de ser resilientes e mais unidos. Contem comigo”, disse Eurídice Medeiros ex ministra da Juventude e Desporto
Cada pessoa com deficiência deve ser um “mobilizador
permanente e porque não um fazedor de opinião para que haja mudança de
comportamento. O ministério tem feito o que pode e aproveito para dizer que a Federação das
Associações de Pessoas com Deficiência deve fazer uma inventariação dos seus
membros. É uma forma de apoiar também o Estado na busca e identificação de
pessoas com deficiência. E é preciso cruzamento de dados. É preciso fazermos
mais junto dos encarregados de educação, porque se as coisas estão difíceis,
está muito mais desafiadora para pessoas com deficiência”, sublinhou Cristiano
Costa, Presidente da FONG-STP
A Ministra de Educação, Cultura, Ciência
e Ensino Superior referiu na
ocasião que o ministério que tutela tem feito de tudo para melhorar a situação dos alunos com
deficiência.
“Temos estado a fazer trabalhos específicos com estes alunos. Temos professoras que usam a linguagem gestual nas salas de aulas. Temos 3 viaturas que foram alocadas para facilitar a mobilidade das crianças com deficiência. Estamos a trabalhar num protocolo para que o ministério de saúde assuma todos os nossos alunos com deficiência. Embora com muita dificuldade que a educação tem, estamos a fazer “, reforçou Isabel Abreu
No final do encontro ficou o compromisso
de que todos devem trabalhar para garantir maior inclusão de pessoas com
deficiência no país.





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