segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Direitos das Pessoas com deficiência

 

7ª Quinzena da Cidadania debate situação de pessoas com deficiência

 “Direitos das Pessoas com deficiência e a situação delas no país” dominaram uma palestra realizada esta segunda-feira no quadro da 7ª quinzena da cidadania que decorre no país até a sexta-feira. O encontro que teve como orador Osvaldo Reis, presidente da Federação das Associações das Pessoas com Deficiência, visou promover o diálogo franco e amplo sobre os caminhos a trilhar para o reforço dos direitos e a inclusão das Pessoas com Deficiência.

O vice-presidente da associação dos Cegos e Amblíopes, Medeiro dos Santos avançou que a associação que dirige tem 430 pessoas com deficiência visual inscritas e que a realidade destas pessoas continua marcada por barreiras estruturais.

“Nós somos muitos, mas vocês não nos veem a andar. Eu ando, mas com guia humano. Porque a bengala é difícil com a qualidade das nossas estradas. Outros ficam em casa por vergonha. Vivem através de família e só comem o que outro dá. Quero que pensem em pessoas com deficiência. Espero que as pessoas de direito e políticos olhem por esta classe. Eu tomei conhecimento que uma menina de 22 anos morreu, ficava fechada em casa. É lamentável”, explicou.

A acessibilidade limitada aos edifícios públicos e privados bem como em transportes “comprometem  a autonomia das pessoas com deficiência. Tudo o que fazemos parece que não resulta. Vamos para tanta palestra, encontros e saímos de lá iludidos. Não nos dão nada. A luta não é fácil mas tenho fé”, avançou a presidente da associação dos deficientes. 

“ A sociedade deve se preocupar com as pessoas com deficiência, ir buscar estas pessoas, eu diria nada sobre nós sem nós, desde a elaboração de orçamento e programas. Porquê que na altura da campanha vai-se a todos os lugares e no momento de elaboração de orçamento não se vai ao encontro destas pessoas para saber as reais necessidades?”, questionou Acácio Elba Bonfim representante da Santa Casa da Misericórdia

“ As pessoas com deficiência fazem parte da sociedade e todos precisamos uns dos outros. Temos que continuar a falar, a bater e já agora felicitar a FONG e os seus parceiros por terem incluído este tema no momento da quinzena. Muita coisa está a ser feita, parece que não, mas está. Existe lei, gabinete de educação especial foi reforçado com mais professores (…) temos avançado mas ainda há muito a ser feito. Temos de ser resilientes e mais unidos. Contem comigo”, disse Eurídice Medeiros ex ministra da Juventude e Desporto

Cada pessoa com deficiência deve ser um “mobilizador permanente e porque não um fazedor de opinião para que haja mudança de comportamento. O ministério tem feito o que pode e aproveito para dizer que a Federação das Associações de Pessoas com Deficiência deve fazer uma inventariação dos seus membros. É uma forma de apoiar também o Estado na busca e identificação de pessoas com deficiência. E é preciso cruzamento de dados. É preciso fazermos mais junto dos encarregados de educação, porque se as coisas estão difíceis, está muito mais desafiadora para pessoas com deficiência”, sublinhou Cristiano Costa, Presidente da FONG-STP

A Ministra de Educação, Cultura, Ciência e Ensino Superior referiu na ocasião que o ministério que tutela tem feito de tudo para melhorar a situação dos alunos com deficiência. 

“Temos estado a fazer trabalhos específicos com estes alunos. Temos professoras que usam a linguagem gestual nas salas de aulas. Temos 3 viaturas que foram alocadas para facilitar a mobilidade das crianças com deficiência. Estamos a trabalhar num protocolo para que o ministério de saúde assuma todos os nossos alunos com deficiência. Embora com muita dificuldade que a educação tem, estamos a fazer “, reforçou Isabel Abreu

No final do encontro ficou o compromisso de que todos devem trabalhar para garantir maior inclusão de pessoas com deficiência no país.  

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