Debate sobre Sociedade Civil nos 50 anos da independência
“ É preciso começar do zero, apagar tudo
em STP”, palavras de Eugénio Tiny durante a sua intervenção esta segunda-feira
no arranque da 7.ªQuinzena da Cidadania.
“ Temos que saber o que está a acontecer de facto no país. Eu defendo uma total mudança nesse país. Recomeçar mesmo. Termos coragem de recomeçar, porque hoje, condenar este ou aquele não vai resolver o nosso problema. Nós todos contribuímos para que o país estivesse assim, porque todos nós votamos. Nós é que colocamos os dirigentes lá. Somos responsáveis pelo estado de país. Eu acho que temos de mudar até a bandeira do país. Temos um país em que mar é maior do que a terra, mas não vemos o azul na bandeira. Temos duas ilhas e dois ilhéus e não duas. Temos que ter coragem, porque neste momento São Tomé e Príncipe tem dono. Defendo que devemos mudar tudo”, referiu
Eugénio Tiny falava durante a cerimónia de
abertura da 7.ª Quinzena da Cidadania, onde foi apresentado extratos de alguns
depoimentos que farão parte do documentário que está a ser feito sobre o papel
da sociedade civil nos 50 anos da independência.
Foram vários depoimentos que suscitaram um
debate aceso no primeiro dia desta 7.ª Quinzena da Cidadania.
“ Sociedade Civil deveria preocupar-se com o facto das autoridades não divulgarem informação. E cabe a Fong ir a busca de relatórios, informações e divulgar para a população saber. A divulgação de informação é um problema grave nesse país. A estatística, Banco Central produzem informações e ficam com eles, não divulgam. Além disso, há muita desigualdade e pobreza e é preciso a sociedade civil trabalhar essa parte. Outro aspecto é a liberdade de expressão. Dizem que os partidos políticos são o pilar da democracia, mas mesmo sendo de um partido, você só pode fazer e falar o que o partido quer. Se ele falar o que o partido não quer ele vai ter problema. Eu acho que essa parte da liberdade de expressão a sociedade civil deveria ocupar-se disso, promovendo debates para dar voz as pessoas que não têm espaço para falar. As opiniões são sempre boas, mesmo as más, têm sempre alguma coisa para se tirar de lá”, explicou Eduardo Armando
Já Fernando Baeça alertou a União Europeia
para possíveis conffitos nas próximas eleições.
"Neste
país o poder dos homens está acima da lei, temos uns homens que são intocáveis.
Eu chamo atenção da União Europeia para ter atenção no financiamento das
próximas eleições. Já sabemos o perfil dos actuais governantes. Nós estamos a
falar de um perigo eminente. Não há condições para a realização das eleições. O
caso 25 de novembro ainda está pendente. Os familiares dos envolvidos neste episódio
já estão a fazer alerta de que irão furar e sabemos que há políticos envolvidos
nisso que vão participar nas eleições. E esta é uma oportunidade para a União
Europeia saber mais sobre o 25 de Novembro e sobre esta classe política que não
quer que o Estado de direito democrático funcione”.
O debate culminou com a promessa dos
promotores desta 7.ª Quinzena da Cidadania de continuar a estimular a
participação cívica e promover espaços de debates que ajudem a melhorar o rumo em
que o país está.


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