terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Aumento de casos de abuso sexual de menores preocupa Sociedade Civil

 

   ASMJ e SOS Mulher de mãos dadas na luta contra o abuso sexual de menores

As organizações da sociedade Civil, nomeadamente Associação São-tomense das Mulheres Juristas e a SOS Mulher estão engajadas e têm trabalhado de mãos dadas para contribuir para a redução de casos de abuso sexual de menores. Numa entrevista colectiva ao programa Fong Informa da FONG-STP , as duas organizações alertaram para a necessidade de denúncias e criação de mecanismos legais para punir os infractores.

“Endurecimento das leis e punição dos autores dos crimes, apoio as vítimas, ou seja, nós achamos que há necessidade de reforçarmos o apoio às vítimas menores. A penalização que é atribuída aos violadores deve ser mais dura. E no quadro da Reforma da Justiça penso que a legislação deve ser revista, além disso a sensibilização e educação são fundamentais”, disse Gorrete Pinheiro vice-presidente da Associação São-tomense das Mulheres Juristas

Edmara Trigueiros coordenadora da SOS Mulher disse, no entanto que a organização agora está a trabalhar para conseguir um advogado para as vítimas, uma vez que o” advogado que trabalhava connosco agora exerce outra função.  Em relação ao aumento de casos, penso que agora as pessoas estão a ter mais coragem para denunciar, para falar dos abusos que sofreram. Além disso os pais, avós, tios e tias devem instruir as crianças. Ensiná-las o que é certo e sobretudo a não aceitar presentes de pessoas estranhas”, disse 

Segundo Edmara Trigueiros diálogo em casa é fundamental.

“Os pais já não sabem conversar.  É importante ter essa abertura, para as crianças sentirem que podem conversar e falar com os pais sobre qualquer coisa. Temos de ter essa abertura e sobretudo reparar nos sinais das crianças”, frisou  


Abuso sexual de menores

 

                            SOS Mulher capacita vinte jovens vítimas de abuso sexual

 

A ONG SOS Mulher capacitou vinte jovens em matéria de informática. Tratam-se de jovens que já sofreram abusos sexuais e que estão integradas no programa desta organização. A formação que teve lugar na sede da Associação SOS Mulher, surge no âmbito do projeto Fundo Canadense para Iniciativas Locais com o objetivo de ajudar na implementação de um programa de formação em Inglês e Informática.

“Esse projeto tem dois objetivos primordiais, o primeiro, melhorar a bagagem educacional das meninas, fazendo com que elas saiam daqui com um pouco de base em informática que vai ajudar bastante na sua carreira profissional ou mesmo ao nível escolar, e o segundo objetivo, é fazer com que elas saiam de casa”, disse Edmara Trigueiros coordenadora do SOS Mulher

Em entrevista a Fong Informa, Edmara Trigueiros avançou ainda que a formação correspondeu as expectativas uma vez que era visível o “engajamento das meninas. Elas chegavam aqui com vontade de ter aulas e não queriam mais ir embora. Além disso o aproveitamento foi bom“, concluiu

No quadro ainda deste apoio do Fundo Canadense para Iniciativas Locais em Fevereiro estas meninas serão beneficiadas com formação em língua inglesa.

De referir que a ONG SOS Mulher, que atua na prevenção e no combate à violência de gênero, tem trabalhado em parceria com outras instituições para a criação de um Centro de Acolhimento as vítimas.

Camões faz acompanhamento dos projectos que financia

 

Missão Técnica do Camões faz o ponto de situação dos projectos que financia

 Uma missão técnica do Camões está no país para acompanhar os projectos que são co-financiados no âmbito das linhas do apoio às ONGs.Neste sentido reuniu-se com uma equipa da Fong liderada pelo secretário Permanente Eduardo Elba. No encontro também estiveram o representante da Associação dos Jornalistas São-tomenses, Juvenal Rodrigues e a ponto focal da Associação Santomense das Mulheres Juristas, Domitilia Sousa.

A FONG-STP fez uma resenha dos projectos desenvolvidos pela Federação das Organizações Não Governamentais com o financiamento do Camões, nomeadamente   o Observatório de Políticas Públicas e Governação e Construir Parcerias.


No final do encontro a responsável da missão de Camões Graça Rocha avançou que mais do que conhecer as pessoas que estão a frente dos projectos, o encontro serviu para “falar com elas e ouvir de viva voz aquilo que chega por via de relatórios. Tentamos fazer isso com alguma regularidade. É importante ter a percepção mais do que o relato do que vai no documento, e isso ajuda-nos muito,porque são também os relatos que depois permitem a progressão dos projectos a fim de várias fases posteriores. Sentados no escritório em Lisboa só não basta”, explicou

A missão de Camões estará no país até o sábado e dentro deste tempo tentará “ver o maior número de projectos possíveis, tendo em conta as localizações. Iremos aproveitar no máximo, vamos estar com parceiros locais e os beneficiários. Iremos também ao terreno ver o desenvolvimento de algumas acções”, concluiu Graça Rocha


De realçar que na missão técnica de Camões também fazem parte Inês Serrano, assessora para a cooperação, Paula Fernandes que faz o acompanhamento de projectos em São Tomé e Príncipe e Celeste Sebastião que é assessora de cooperação da embaixada de Portugal.