quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Sociedade Civil debate financiamento ao desenvolvimento em conferência internacional

Da esquerda para a direita: António Machado, Adido para a Cooperação da Embaixada de Portugal em STP; Joaquim Rafael Branco, representante do Ministério de Plano e Finanças; Fátima Proença, presidente da Associação para a Cooperação Entre os Povos; e Cândido Rodrigues, presidente da Federação das ONG em São Tomé e Príncipe.



















“Financiamento internacional do desenvolvimento e implicações para São Tomé e Príncipe” é o tema da conferência internacional que a Federação das ONG em São Tomé e Príncipe (FONG-STP) e a Associação para a Cooperação Entre os Povos (ACEP) promoveram a 30 de Janeiro, na Universidade de São Tomé e Príncipe, em São Tomé. 

 Ao longo do dia, debateu-se a participação efectiva da sociedade civil no processo de discussão e planeamento das políticas e estratégias de cooperação para o desenvolvimento do país, através de, essencialmente, três painéis. A discussão centrou-se essencialmente nos avanços e desafios conhecidos pelo projecto Sociedade Civil pelo Desenvolvimento, na importância do financiamento ao desenvolvimento, no processo de mobilização de fundos e sustentabilidade financeira das ONGs a partir de experiências na África Ocidental e nas perspectivas do financiamento internacional do desenvolvimento, com convidados vindos de Angola, Guiné Bissau e Portugal. 

PARA QUE O DESENVOLVIMENTO NÃO SEJA UMA PALAVRA VÃ é o painel facilitado por Fernando Pacheco, Presidente do Observatório Político e Social de Angola e fundador da ONG angolana ADRA, que falou sobre as ameaças e as oportunidades que a Ajuda Pública ao Desenvolvimento pode representar para os países receptores. Pacheco aborda também a importância e o papel da Sociedade Civil no acompanhamento da governação do país, através da monitoria da gestão de fundos públicos. 

MOBILIZAÇÃO DE FUNDOS E SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DAS ONGS A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS NA ÁFRICA OCIDENTAL trazido por Miguel Barros, director da ONG TINIGUENA e co-fundador da Casa dos Direitos da Guiné-Bissau. Neste painel, Miguel Barros falou dos principais critérios levados em conta pelos doadores no momento da negociação da Ajuda e dos perigos que a Ajuda pode representar para os países em desenvolvimento. Barros exemplifica que “as maiores causas de mortalidade em África são o paludismo e saúde materno-infantil, mas a maior parte de financiamento vai para a luta contra Sida. Porquê? Porque os anti-retrovirais são fornecidos pelos países doadores, o que faz com que mais de metade dessa ajuda volte a origem”. Miguel dá outro exemplo de subversão da Ajuda dizendo que “o que a China disponibilizou para financiar o Palácio de Governo da Guiné-Bissau, conseguiu como contrapartida, apenas no ano de 2012, com a exploração de apenas uma espécie de madeira”. E termina dizendo que isso não é cooperação, mas sim roubo. 

O ex-coordenador da Campanha do Milénio das Nações Unidas e professor no ISEG de Lisboa, Luís Mah, falou sobre PERSPECTIVAS DO FINANCIAMENTO INTERNACIONAL DO DESENVOLVIMENTO. Mah explicou a maneira como o financiamento europeu ganhou visibilidade no mundo, falou sobre o futuro das finanças para o desenvolvimento europeu e dos instrumentos de financiamento da União Europeia. 

Esta conferência acontece no quadro do projecto Sociedade Civil pelo Desenvolvimento – Mais transparência, Melhor governação, realizado pela FONG-STP e pela ACEP, com financiamento da União Europeia e da Cooperação Portuguesa.

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