terça-feira, 26 de abril de 2016

“DURANTE MUITO TEMPO FOI ENSINADO A MULHER QUE ELA NÃO PRECISA DE TRABALHAR. TUDO O QUE PRECISA FAZER É ARRANJAR UM MARIDO”

Ernestina Meneses, Directora do Instituto Nacional para a Promoção da Igualdade e Equidade de Género, faz um retrato da situação das mulheres em São Tomé e Príncipe e explica o caminho a seguir para que a protecção e promoção dos direitos das mulheres estejam presentes na agenda política e lança pistas sobre como as mulheres devem organizar-se para lutar pelos seus direitos.

Sociedade Civil STP: É possível falar de avanços nos direitos da mulher nos últimos anos? 

Ernestina Menezes: A mulher e o homem são diferentes. Têm diferenças natas inerentes aos sexos. Não obstante, é possível sim falar de avanços dos direitos da mulher nos últimos tempos. Se nós formos ver a questão da educação, hoje as mulheres têm mais acesso do que tinham há duas décadas por exemplo. Os dados de Recenseamento Geral da População 2012 e os dados administrativos do Ministério da Educação mostram que há uma igualdade de acesso e de participação entre mulheres e homens ao nível da educação. Se nós formos ver também a integração no mercado de trabalho, vamos perceber que tanto mulheres quanto homens estão integrados, hoje há mais participação das mulheres nesse sentido, ocupando cargos de relevância. Agora, não podemos dizer que estamos em pé de com os homens. As mulheres ainda se dedicam muito ao sector informal ou ao sector terciário onde estão em cargos que não são decisórios. O homem ocupa cargo de maior relevância e decisão. Mas se nós formos ver, há um desenvolvimento e uma conscientização que é muito importante neste domínio. Não se pode fazer nada sem que as pessoas tenham consciência dos problemas. Em todos os domínios há avanços no reconhecimento dos direitos das mulheres. 

SCSTP: Quando se observa o desequilíbrio das relações de género entre homens e mulheres, diria que é um aspecto cultural enraizado? 

EM: Sim. Porque, a questão do género é um problema social, é uma questão do aprendizado. As pessoas não nascem homem ou mulher, mas são feitas homem ou mulher através do aprendizado. É a sociedade, num primeiro momento no seio da família e depois a sociedade de uma forma mais alargada, que vai dizer o que cada indivíduo pode fazer e o que não pode fazer relativamente ao seu sexo. Essas coisas que um indivíduo pode ou não fazer são um conjunto de regras que, muitas vezes, minimizam ou colocam a mulher ou o homem numa situação de maior dificuldade. Quando diziam, há muitos anos, que a mulher não podia estudar, não pode falar alto, a mulher não deve ter palavra numa reunião, assim, essa mulher está a ser educada para que ela não seja interventiva, para que não exponha os seus sentimentos e para que não consiga negociar. Quer dizer, é um conjunto de coisas que fazem parte do processo da socialização da mulher. E há também os preconceitos: o homem pode ter mais de uma mulher, pode bater na mulher, etc. Isso faz parte do conhecimento social. Todos acham isso normal e aceitam assim dessa forma. Agora, é necessário quebrar essa barreira e fazer perceber, tanto ao homem e principalmente à mulher, que as coisas não são assim e nem tem que ser taxativamente assim. Ao nascermos, não trazemos diferenças nesse aspecto. 

Por sermos de sexo diferente, as mulheres têm algumas limitações. As mulheres passam pelo processo de maternidade e nalgum momento terá alguma debilidade. O corpo do homem já está preparado fisicamente com uma estrutura muscular mais rígida para determinadas tarefas, mas isso não implica que as mulheres não possam realizá-las. Até porque muitos dos trabalhos que se fazem hoje não exigem tanto a força física, pois há equipamentos de auxílio. O que ficou é a questão cultural e ideológica. É a ideologia colectiva em que as pessoas pensam que as mulheres não podem fazer determinadas coisas. É verdade que também há uma questão cultural e natural da responsabilidade da mulher: ela vai ter que dar à luz e amamentar. E isso, em certos momentos, vai impedir que as mulheres realizem algumas coisas. Mas não podemos dizer que é por causa desses impedimentos que as mulheres ficam num papel secundário. É preciso que as pessoas saibam que existem diferenças entre homens e mulheres, mas essas diferenças não devem atrapalhar quando se fala de igualdade de direitos.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

“Excessiva partidarização tem dificultado o desenvolvimento local”


Da esquerda para direita: Alda Bandeira, professora
 universitária, Paulo Bacuda, Pres. Câmara de Cantagalo,
e Eduardo Elba, Secretário Permanente da FONG-STP
A constatação é do Presidente da Câmara de Cantagalo, Paulo Bacuda, num seminário organizado pela Federação das ONG em São Tomé e Príncipe na cidade de Santana. O evento aconteceu na Câmara local, quarta-feira, 20 de Abril, pelas 14h00, e reuniu cerca de 30 pessoas para debaterem o desenvolvimento do Distrito de Cantagalo e a participação cidadã nesse processo. Durante duas horas, os líderes comunitários puderam expor as suas maiores preocupações e as prioridades das suas comunidades, e discutiram as razões que justificam o estádio do desenvolvimento nesse distrito.

Uma das confirmações feitas pela Federação das ONG em São Tomé e Príncipe é a falta de articulação entre o poder local e as organizações. Ao longo de vários debates que a FONG vem dinamizando nos distritos, esta preocupação tem sido recorrente. “O Presidente da Câmara de Cantagalo tomou posse há mais de um ano. Mas se lhe perguntarmos quantas organizações existem no distrito, teria dificuldade em responder. A Câmara deve estar em sintonia com as comunidades e suas organizações. Por isso, agradeço a organização deste seminário porque é uma oportunidade para aprendermos e expormos os nossos problemas. Estando o Presidente aqui, ele deve registar,” disse Cristino Pereira, líder comunitário de Água-Izé.

Ainda a volta deste assunto, o líder comunitário de Pinheira, Celestino Isabel Pereira, reclamou que “as coisas que ficaram de fazer em Pinheira não se realizaram até agora e não sabemos porquê. É bom esclarecer as pessoas os motivos pelos quais não realizam determinadas coisas. É preciso que, quando há projecto não realizado, nos expliquem porquê. Nós estamos aborrecidos com a Câmara. A Câmara também deve ter os seus problemas, mas não os conhecemos. Quando não nos dizem nada, pensamos que é pouco caso.”

                Ambrósio - líder comunitário de Pedroma                 
Em relação à organização das comunidades, Manuel Vicente, da comunidade de Mato Cana, acredita que uma comunidade organizada terá melhores resultados, mas as pessoas já perderam a esperança em dias melhores. “Nós temos problemas desde estradas até as habitações. Os líderes comunitários só não fazem mais porque não podem. As pessoas não pagam quotas porque perderam esperança no desenvolvimento. Logo, deixam as comunidades e vão para cidade, onde tem boa água, estrada, luz, hospital, escola, etc.” Vicente reconheceu que as pessoas nas comunidades também cometem erros e exemplificou com uma situação em que “um ministro inaugurou uma obra, mas antes de chegar a capital, um individuo pegou numa marreta e destruiu tudo. Isso não pode”, terminou indignado. 

Alda Bandeira, que vem dinamizando estes seminários pelos distritos, norteia que “uma das coisas que o poder local deve fazer é criar uma base de dados onde constam todas as organizações do distrito. Isso é crucial. Não se consegue resolver nada quando não se conhecem os problemas e as pessoas afectadas. Esse levantamento é importante.” Em relação a falta de articulação entre a Câmara e as organizações reclamada pelos líderes comunitários, Alda Bandeira orienta que “a informação é muito importante até para evitar confusão. Quando há um projecto, deve ser discutido com toda gente, e os poucos recursos disponíveis, as pessoas devem decidir o que fazer com eles. E quando isso não acontece, o poder local deve explicar porque motivo não se fez. Senão, as pessoas julgam o poder local como bem entenderem”, concluiu.

Paulo Bacuda, Presidente da Câmara de Cantagalo, que tomou a palavra para responder às preocupações dos presentes, reconheceu que há comunidades bem organizadas, mas há ainda muito pouca dinâmica dos líderes comunitários na resolução de problemas comuns. A partidarização tem contribuído para que as comunidades estejam desorganizadas e pouco desenvolvidas, segundo Bacuda, ao afirmar que “a maior parte da população em Cantagalo é passiva. As pessoas estão partidarizadas. Nós devemos abandonar aquele preconceito de que nós pertencemos ao partido A ou B e abraçar aquela pessoa, grupo ou organização que está a fazer a diferença na nossa comunidade.” Bacuda determina que não podemos estar agarrados aos ideais partidários quando isso não nos ajuda a resolver os problemas colectivos, pois as “pessoas tornam-se passivas porque se deixam influenciar e deixam de participar porque entendem que o mérito vai ser do partido que não é seu, esquecendo que o bem é para a comunidade.”

Esta acção surge no quadro do projecto Sociedade Civil pelo Desenvolvimento, uma iniciativa conjunta da FONG e ACEP, e já percorreu todos os distritos do país.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Boletins NA IMPRENSA e Sociedade Civil STP de Janeiro a Março de 2016 já disponíveis




Já está disponível para consulta a edição de Janeiro a Março de 2016 do boletim informativo SOCIEDADE CIVIL STP.

Neste boletim, destacamos a apresentação pública do estudo Direitos das Crianças em São Tomé e Príncipe e o intercâmbio realizado ao Brasil por três membros da Rede da Sociedade Civil para a Boa Governação no âmbito do trabalho de monitoria que esta rede desenvolve. 

Nesta edição, falamos também sobre promoção e protecção dos direitos das mulheres com Ernestina Menezes, Directora do Instituto para a Promoção da Igualdade e Equidade de Género.







Consulte a edição de Janeiro a Março de 2016 do boletim digital NA IMPRENSA.

Trata-se de uma compilação de notícias publicadas em jornais online nacionais e internacionais, relacionadas com políticas públicas e boa governação em São Tomé e Príncipe.

Nesta edição, destacam-se seis grandes temas: Cooperação Bilateral e Multilateral, Gestão de Recursos Naturais, Governação, Investimento Estrangeiro, Investimento Público e Sociedade Civil.

NA IMPRENSA é uma ferramenta de trabalho para profissionais de organizações da sociedade civil, investigadores, decisores políticos, entre outros actores de Desenvolvimento.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Políticas públicas e advocacia no domínio da infância em São Tomé e Príncipe em debate na Rádio Nacional

A Federação das ONG em São Tomé e Príncipe, em parceria com a Associação para a Cooperação Entre os Povos, apresentou muito recentemente um estudo intitulado “Direitos das Crianças em São Tomé e Príncipe”. Um instrumento de reflexão e de advocacia que sistematiza e analisa a situação jurídico-política dos direitos das crianças em São Tomé e Príncipe. Conheça as principais recomendações deixadas pelo estudo aos decisores que intervêm no domínio da infância e saiba como é que os direitos das crianças santomenses estão salvaguardados do ponto de vista da legislação, num debate que junta Miris do Rosário, juíza cível, a Olívio Diogo, sociólogo e co-autor do estudo, esta quarta-feira, pelas 18h00, na Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

A Rede da Sociedade Civil para a Boa Governação realiza intercâmbio ao Brasil e projecta novas acções

Da esquerda para direita: Roberta Santos,
 Eduardo Elba e Cândido Rodrigues
Com o objectivo de potenciar o trabalho da Rede da Sociedade Civil para a Boa Governação nos domínios da advocacia e monitoria de políticas públicas, transparência e boa governação, e para aumentar a capacidade de influência política da sociedade civil santomense, três elementos dessa organização realizaram um intercâmbio com organizações congéneres brasileiras no passado mês de Março.

Em Brasília, puderam conhecer os trabalhos de organizações congéneres como o Instituto de Estudos Socioeconómicos (INESC) e o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA). De passagem por Lisboa, os membros da Rede visitaram a Plataforma Portuguesa das ONGD, onde falaram sobre os grandes desafios que se colocam hoje à sociedade civil em termos de espaços de influencia junto dos decisores políticos, enquanto co-autor do processo de desenvolvimento.

A missão que durou 10 dias, entre 10 e 20 de Março, proporcionou aos membros da Rede, Eduardo Elba, Cândido Rodrigues e Roberta Santos, momentos de aprendizagens em monitoria e advocacia de políticas públicas numa lógica de conhecimento das metodologias de monitoramento do orçamento de estado em direitos humanos (criança, jovem e adolescente), reforçando assim as competências internas da Rede.

Eduardo Elba, que chefiou a missão, destaca que “o contexto brasileiro é diferente do contexto santomense, do ponto de vista de acesso à informação orçamental pelo estágio do processo da transparência orçamental que se regista no Brasil, ainda assim, a Rede vai continuar a fazer o seu trabalho de influência política”. Em relação aos próximos trabalhos da Rede da Sociedade Civil para a Boa Governação, Elba adianta que “a monitoria do orçamento temático tendo como sujeitos as crianças, adolescentes e suas famílias, revela-se numa área oportuna de intervenção da sociedade civil santomense para os próximos tempos, tendo em conta os conhecimentos adquiridos no Brasil”, concluiu.

Esta acção contou com o co-financiamento do UNICEF.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Índice do Orçamento Aberto 2015: São Tomé e Príncipe é pouco transparente

De acordo com o Inquérito sobre o Orçamento Aberto 2015, São Tomé e Príncipe apresenta ainda um grande défice de transparência na gestão dos recursos públicos. Entre 102 países, São Tomé e Príncipe ocupa posição 29, sendo que quanto mais pontos, mais transparência há e mais informação se presta ao público.

O Inquérito sobre o Orçamento Aberto recorre a 109 indicadores para determinar a transparência orçamental. Estes indicadores são utilizados para avaliar se o governo central disponibiliza atempadamente os oito principais documentos orçamentais ao público e se os dados contidos nesses documentos são abrangentes e úteis.

No topo da lista aparecem países como Nova Zelândia, Suécia, África do Sul, Noruega e os EUA. Países como Arabia Saudita, Qatar, Myanmar, Líbano, Iraque e Guiné Equatorial são menos transparentes.

De acordo com o Inquérito sobre o Orçamento Aberto 2015, o Governo de São Tomé e Príncipe oferece ao público muito poucas oportunidades de participar no processo orçamental, o controlo orçamental por parte do corpo legislativo em São Tomé e Príncipe é fraco e o controlo orçamental por parte da instituição suprema de auditoria em São Tomé e Príncipe é fraco.

Para ler o documento relativamente a situação de São Tomé e Príncipe, clique aqui, e o relatório completo clique aqui.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Direitos das Crianças em São Tomé e Príncipe foi apresentado ao público

A publicação "Direitos das Crianças em São Tomé e Príncipe" foi apresentada na capital santomense, na passada sexta-feira, 01 de Abril, pelas 15h30, no Centro Cultural Português. Trata-se de um instrumento de advocacia e de influência política com vista a melhorar o ambiente da situação das crianças no país.

Da esquerda para direita: Olívio Diogo, co-autor do estudo,
Lisandra Graça, Dir. da Protecção Social, Paula Silva, Emb.
de Portugal e Eduardo Elba, co-autor do estudo
O evento contou com a presença do Coordenador Residente das Agências das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe, a Embaixadora de Portugal, representantes de diferentes Ministérios e do Ministério Público, representante da Polícia Nacional e muitas organizações da sociedade civil que actuam no domínio da infância no país.

Da análise feita às iniciativas legislativas e políticas públicas promovidas pelo Estado de São Tomé e Príncipe com vista ao cumprimento da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, o estudo concluiu que, no que toca às medidas gerais de implementação, o Estado deu alguns passos no sentido de incorporar os princípios da Convenção na ordem jurídica interna, através da adopção e reforma de diversas leis. Ainda assim, importa sublinhar que há um pacote de cinco propostas de lei, que visa reforçar a protecção das crianças que se encontra ao nível do Governo e que requer atenção com alguma urgência, no sentido de serem introduzidas na Assembleia Nacional, para efeitos de discussão e aprovação.

Para a Embaixadora de Portugal, São Tomé e Príncipe tem feito um caminho muito importante no domínio da infância e o esforço é notório. “Basta pensar que ao nível da África, São Tomé e Príncipe faz parte do grupo de países que tem um número bastante elevado de crianças que são escolarizadas. Houve recentemente em Genebra uma avaliação da situação dos direitos humanos em São Tomé e Príncipe. E quando organizações internacionais analisam os direitos humanos não podem deixar de lado os direitos das crianças. São Tomé e Príncipe teve nota positiva nessa avaliação, o que significa que os direitos da criança também tiveram uma avaliação positiva.”

Um dos assuntos mais debatidos no evento foi a gravidez precoce, que tem assumido novos contornos ultimamente no país, com registo do aumento de número de meninas adolescentes que são obrigadas a abandonar a escola. Relativamente a este assunto, Alda Bandeira, co-autora deste estudo, acredita que isto se deve à falta de eficácia dos programas e campanhas de sensibilização realizadas nas comunidades. Exemplifica que no âmbito do Programa Nacional de Luta Contra a Sida, “as pessoas vão para as comunidades e fazem de facto a distribuição de preservativo. Mas essa distribuição é feita para um grupo populacional heterogéneo, com pessoas de várias idades. E muitas vezes são vistas crianças a brincar com preservativos. A mensagem que fica é que fazer sexo é para todos.

Alda Bandeira, co-autora do estudo
Alda Bandeira vai mais longe e afirma que as Salas de Aconselhamento criadas ao nível das escolas servem apenas para distribuir preservativos. “Não há programas onde se façam apelos ou se criem incentivos para a mudança de atitude e comportamento nos jovens. E mesmo ao nível da nossa televisão, vê-se nos programas passagem de modelos que acaba por ser exibição do físico e do corpo. Não há promoção de actividades que desenvolvam o intelecto e a auto-estima, e que abram o horizonte em termos de perspectivas. E os jovens ficaram reduzidos ao que existe”, concluiu indignada.




Este estudo surge no quadro do projecto Sociedade Civil pelo Desenvolvimento, executado pela Federação das ONG em São Tomé e Príncipe em parceria com a Associação para a Cooperação Entre os Povos, com o apoio financeiro da União Europeia e da Cooperação Portuguesa, e teve como autores Olívio Diogo, Eduardo Elba e Alda Bandeira. A edição desta publicação contou ainda com o apoio da CPLP.