quinta-feira, 2 de julho de 2015

“A maior parte da população de Lobata está isolada da informação por falta da energia eléctrica”


Da esquerda para direita: Martinique José, Sub-director da
 Escola Secundária de Guadalupe, e José Eduardo, Técnico
da Câmara Distrital de Lobata
A constatação é do Presidente da Associação Comunitária de Água Sampaio, Juvenal Sousa, num debate sobre o acesso à informação e a participação no desenvolvimento organizado pela Federação das ONG em São Tomé e Príncipe (FONG-STP). O evento aconteceu ontem, 01 de Julho, na Biblioteca Distrital de Lobata, pelas 15h00, e contou com a presença de cerca de 20 pessoas, entre elas membros do Poder Local, professores e líderes comunitários.

Constâncio Afonso, Agricultor
Os líderes comunitários, sobretudo os das comunidades rurais do distrito de Lobata, ficaram entusiasmados com o papel que a Rádio Yógo está a ter nas comunidades de Porto Alegre, Malanza e Ponta Baleia, retractado numa reportagem exibida no evento, sobre o papel das rádios comunitárias no desenvolvimento local. A Rádio Comunitária de Porto Alegre é uma iniciativa da FONG, em parceria com a Associação para a Cooperação Entre os Povos, que está a dar voz a três comunidades ao sul de S.Tomé. Exemplo este que deve ser seguido pela Rádio Comunitária de Lobata que vai ser inaugurada no próximo dia 11 de Julho, segundo os presentes.

Para Constâncio Afonso, Agricultor da comunidade de Água Sampaio, “Lobata tem uma rádio comunitária em fase experimental, e isso é bom. Mas é preciso que os técnicos dessa rádio vão às comunidades ouvir os problemas do povo no meio rural e difundir para que os dirigentes registem as nossas preocupações. A Rádio Comunitária de Lobata deve ser de todos os lobatos e não apenas daqueles que vivem em Guadalupe. Só teremos um distrito desenvolvido se todos estiverem informados”, concluiu apelando a que os responsáveis da rádio introduzam outras línguas como angolar, forro e o crioulo cabo-verdiano nos programas radiofónicos, assim como fazem na Rádio Comunitária de Porto Alegre.

A organização das comunidades em associações e outras formas de união é uma maneira fácil de encontrar soluções para os problemas colectivos. “Até há dois meses atrás, tínhamos energia eléctrica muito fraca que nem arrancava um televisor. Temos uma comunidade organizada e uma associação forte. Abordamos o Primeiro-ministro sobre o nosso problema e hoje temos boa energia e garantia de que até Agosto teremos água potável”, disse o Presidente da Associação dos Moradores de Laranjeira, Domingos Correia. 

Sem comentários:

Enviar um comentário