sexta-feira, 22 de maio de 2015

Campanha "Mais informação, Mais participação, Melhor desenvolvimento" arrancou com debate inaugural em Água Grande


Fátima Proença, Presidente da ACEP, e
 Jorge de Carvalho, Presidente da FONG-STP
Cerca de 40 pessoas, membros da sociedade civil, jornalistas e representantes de organizações reuniram-se na passada quinta-feira, 21 de Maio, pelas 15 horas, no Centro Cultural Português de S.Tomé, para o lançamento e debate inaugural da campanha MAIS INFORMAÇÃO, MAIS PARTICIPAÇÃO, MELHOR DESENVOLVIMENTO.

Esta campanha, que tem como maior objectivo colocar nas agendas pública, política e mediática a preocupação com o acesso à informação e debater a fraca participação cívica no contexto santomense, vai percorrer todos os distritos do país e a Região Autónoma do Príncipe.

Olívio Diogo, membro da Rede da Sociedade Civil
 para a Boa Governação
Uma curta-metragem sobre info-exclusão que dá voz às pessoas isoladas da informação, seja por falta de energia eléctrica, seja por qualquer deficiência ou mesmo pela fraca cobertura da Rádio e Televisão, foi exibida e serviu de mote para um debate muito participativo.

O membro da Rede da Sociedade Civil para a Boa Governação, Olívio Diogo, estranha a fraca participação dos decisores políticos neste importante evento pela sua intenção de contribuir para um desenvolvimento mais participativo. Diogo afiança que em São Tomé e Príncipe “está-se a criar todos os mecanismos para que o cidadão não participe”. Segundo o sociólogo, “quanto menos as pessoas participarem melhor para os políticos, daí a importância daquilo que a FONG e ACEP estão a fazer para que os cidadãos saibam e tenham a consciência de que têm direito e o dever de participar”. Olívio Diogo apela a toda a sociedade civil para que ela se aproprie do exercício que a FONG está a fazer “como uma rampa de lançamento para que se encontrem mecanismos que facilitem a concretização do direito à participação e o acesso à informação”.

Valdemiro de Almeida, membro da ONG Quá Téla, reclama a linguagem gestual nos ecrãs da Televisão Santomense (TVS). A falta de formas pensadas para informar as pessoas portadoras de deficiência faz com que, em São Tomé e Príncipe, “a televisão e a rádio sejam para quem pode ver e ouvir, os outros estão excluídos. É preciso criar condições para que os deficientes tenham acesso à informação e possam participar nas decisões do país”.

Como sociedade civil, “a Ordem dos Advogados precisa melhorar a assistência jurídica que presta aos cidadãos na luta pelos seus direitos”, reconheceu o Bastonário da Ordem dos Advogados, André Aragão, que acredita e tem esperança num futuro melhor para São Tomé e Príncipe. “Se hoje o arroz é prioridade do nosso povo, devido ao estágio do desenvolvimento, se calhar, mais além a prioridade será outra, quiçá o acesso à informação e o direito à participação”, concluiu.

Sem comentários:

Enviar um comentário