Os jornalistas são-tomenses acusaram os sucessivos governos de serem os responsáveis pela degradação da classe. No evento realizado recentemente para assinalar o Dia mundial da liberdade de imprensa, o jornalista e diretor do Jornal Tela Nón, Abel Veiga acusou a classe política de transformar muitos jornalistas em marionetes.
“Os políticos, dirigentes desse país é que são os responsáveis pela desunião, pela degradação desta classe. Há muita gente da nossa classe profissional que se transformou em marionetes dos políticos deste país e fazem os jogos dos políticos, por isto é que a classe e a comunicação social deste país estão desfeitas e não vão a lado nenhum, por causa da interferência e dos jogos dos políticos”, afirmou Abel Veiga.
O director do jornal Tela Non foi mais longe dizendo que “eles querem que a coisa fique assim, para terem as pessoas nas mãos para manipular, para usar, para financiar (…) é esta a realidade”, concluiu.
O padre Vicente Coelho, responsável pela Rádio Jubilar-emissora católica, também denunciou a falta da liberdade de imprensa no país e das várias cartas de ameaças que tem recebido. O pároco da igreja da Sé que foi um dos oradores na conferência, para falar sobre o papel da comunicação social no fortalecimento da democracia considerou ser “uma perca de tempo se falar de liberdade de imprensa. Aqueles que se exprimem livremente são sancionados, marginalizados. Quem não pensa como aquele que governa é visto como inimigo”, disse Vicente Coelho
As denúncias foram feitas no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, durante a conferência sobre “Liberdade de Imprensa e Cidadania – Desafios e Responsabilidades”, promovida pelo Conselho Superior de Imprensa, Sindicato e a Associação dos Jornalistas Santomenses.
À margem da actividade e ainda em relação à data, a jornalista Vivalda dos Prazeres apelou “persistência” à classe, uma vez que o jornalismo é “parte fundamental da construção do processo civilizatório e que com ele a democracia ganha sempre um olho vigilante. Os colegas devem ser unidos, ter sigilo profissional. Existe um excesso de interferência da política na Comunicação Social. Isso é claro e não podemos esconder. Usam o seu poder para ter a média no seu controlo e instalam medo, subornam os profissionais, enfim. Devemos ser fortes”, concluiu Vivalda Prazeres.