sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Arranque da Quinzena da Cidadania






























Está oficialmente aberta a quinzena da Cidadania de STP. Uma conferência de imprensa organizada pelos representantes das organizações envolvidas neste projecto, nomeadamente a Associação para a Cooperação Entre os Povos, a Associação de Jornalistas Santomenses, a Fundação Novo Futuro e a Plataforma de Direitos Humanos e Equidade de Género marcou o arranque dos trabalhos.

O espaço da rede, situado na Rua Barrão de Água Izé, foi o palco desta conferência de imprensa que marca a abertura da primeira Quinzena da Cidadania de STP que vai de 15 a 30 deste mês. Nela tomaram parte os representantes das associações que compõem o projecto Mais Participação, Mais Cidadania.
A iniciativa deste projecto visa o envolvimento dos cidadãos na vida democrática do país, através da cultura e do debate: “O objectivo fundamental é promover a participação cívica em Sao Tomé e Príncipe. Esperamos com esta quinzena, melhorar de facto a questão da consciência cívica da população e esperemos que essa actividade nos ajude a atingir esta meta para que no final do projecto possamos ter uma participação cívica mais eficaz e que contribua para o melhoramento do processo democrático em São Tomé e Príncipe”, disse o coordenador do projecto Eduardo Elba.

Ao longo de suas semanas serão realizados concertos, sessões de cinema, tertúlias, teatro e conferências. Para as mulheres, estão agendados dois workshops um sobre “ o papel da mulher no desenvolvimento do país” e outro sobre “ a problemática de género numa perspectiva inclusiva.

Segundo Elsa Lombá representante da Plataforma de Direitos Humanos e Equidade de Género na conferência, a muher “tem e sempre terá um papel preponderante na vida cívica de qualquer sociedade. Por isso, no âmbito da quinzena, temos estas actividades para público feminino jovem e não só e vamos falar também do problema da paridade, violência baseada no género. E vai ser muito interessante esse intercâmbio e troca de ideias para a melhoria da participação cívica da própria mulher”.

Esta Quinzena da Cidadania, segundo Ana Filipa Oliveira, da Associação para a Cooperação Entre os Povos (ACEP), vem no seguimento do trabalho realizado nos outros projectos “que fazia menção por exemplo a Sociedade Civil pelo Desenvolvimento que temos vindo a desenvolver pelo menos nos últimos seis anos. E posso dizer que essa quinzena é um trabalho de continuidade das organizações da sociedade civil de São Tomé e Príncipe. É um trabalho que tem sido de afirmação, de monitoria de políticas públicas e várias dimensões da realidades sao-tomenses. E neste projecto em questão pretendemos reforçar os cidadãos e cidadãs e as organizações da sociedade civil enquanto actores activos também do desenvolvimento. A participação não se esgota no acto eleitoral. E essa quinzena da cidadania vem neste sentido e é por isso que temos várias actividades. Para crianças, mulheres, jovens e jornalistas». 

Por se concentrar especificamente na cidade capital houve uma necessidade de envolver todo o país nesta primeira quinzena da Cidadania “Vamos trazer pessoas de todos os distritos para participarem no evento. Temos também pessoas da ilha do Príncipe. É uma mescla de acções que podem contribuir para melhorar e chamar a atenção das pessoas para a problematicva da cidadania. Este é um primeiro passo e no final da quinzena vamos colher os frutos para que na segunda possamos fazer um trabalho melhor para mudar o paradigna. O que queremos é mudar o conceito, fazer com que a população contribua mais, participe mais», disse Olivio Diogo em representação do projecto Sociedade Civil pelo Desenvolvimento.

Seguindo a máxima popular de que “é de pequeno que se torce o pepino”, no quadro da quinzena a Fundação Novo Futuro, em parceria com ARCAR, está a desenvolver uma peça teatral sobre a cidadania. “Pensamos que com crianças e jovens poderemos melhorar a questão da cidadania. Para que eles tenham conhecimento, pratiquem e ensinem os seus filhos. E em Caué, um dos distritos mais distantes do país, envolvemos os alunos do secundário. E é engraçado porque os alunos lá fizeram várias pesquisas em volta do que é ser cidadão e vai exibir um jogral sobre isso. A par disso, os mais novos da ARCAR e da Fundação Novo Futuro vão exibir uma peça teatral sobre os direitos das crianças e cidadania. Devemos trabalhar com crianças e jovens e estamos cientes que os resultados virão com o tempo”, disse Dulce Gomes, representante da Fundação Novo Futuro.

Educação cívica por sí só não basta sem o envolvimento dos media. E é neste sentido que no quadro da programação foi elaborado um estudo de diagnóstico dos médias em STP. “O documento será apresentado durante um workshop, seguido de debate sobre os jornalistas de hoje, o papel que têm desempenhado junto a população para a melhoria da participação cívica. Pretendemos fomentar também um debate à volta do que tem sido o papel dos media. Nós sabemos que nem sempre nós os jornalistas exercemos da melhor forma a nossa função e muitas vezes deixamo-nos influenciar pelos partidos políticos e isso é algo que nós, que o projecto quer debelar. Esperamos colher o contributo de todos os jornalistas para enriquecer o documento e também o nosso desempenho em São Tomé e Príncipe”, disse Ectylsa Bastos, representante da Associação dos Jornalistas São-tomenses.

Duas semanas ricas em actividades onde o público é chamado a participar. Para a próxima segunda-feira está prevista a abertura da Feira do Livro, onde serão expostos mais de uma centena de livros de autores africanos e outras obras sobre Desenvolvimento. A feira terá como palco o quintal da ONG Quá Téla, no edifício da FONG-STP e a abertura está prevista para as 9 horas.

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