Fátima Proença, Presidente da ACEP, e Jorge de Carvalho, Presidente da FONG-STP |
Cerca
de 40 pessoas, membros da sociedade civil, jornalistas e representantes de organizações reuniram-se na passada quinta-feira, 21 de Maio, pelas 15 horas,
no Centro Cultural Português de S.Tomé, para o lançamento e debate inaugural da
campanha MAIS INFORMAÇÃO, MAIS PARTICIPAÇÃO, MELHOR DESENVOLVIMENTO.
Esta
campanha, que tem como maior objectivo colocar nas agendas pública, política e
mediática a preocupação com o acesso à informação e debater a fraca
participação cívica no contexto santomense, vai percorrer todos os distritos do
país e a Região Autónoma do Príncipe.
Olívio Diogo, membro da Rede da Sociedade Civil para a Boa Governação |
Uma
curta-metragem sobre info-exclusão que dá voz às pessoas isoladas da informação,
seja por falta de energia eléctrica, seja por qualquer deficiência ou mesmo
pela fraca cobertura da Rádio e Televisão, foi exibida e serviu de mote para um
debate muito participativo.
O
membro da Rede da Sociedade Civil para a Boa Governação, Olívio Diogo, estranha
a fraca participação dos decisores políticos neste importante evento pela sua
intenção de contribuir para um desenvolvimento mais participativo. Diogo afiança
que em São Tomé e Príncipe “está-se a
criar todos os mecanismos para que o cidadão não participe”. Segundo o sociólogo,
“quanto menos as pessoas participarem
melhor para os políticos, daí a importância daquilo que a FONG e ACEP estão a
fazer para que os cidadãos saibam e tenham a consciência de que têm direito e o
dever de participar”. Olívio Diogo apela a toda a sociedade civil para que
ela se aproprie do exercício que a FONG está a fazer “como uma rampa de lançamento para que se encontrem mecanismos que
facilitem a concretização do direito à participação e o acesso à informação”.
Valdemiro
de Almeida, membro da ONG Quá Téla, reclama a linguagem gestual nos ecrãs da
Televisão Santomense (TVS). A falta de formas pensadas para informar as pessoas portadoras de deficiência faz com que, em São Tomé e Príncipe, “a televisão e a rádio sejam para quem pode ver e ouvir, os outros estão
excluídos. É preciso criar condições para que os deficientes tenham acesso à
informação e possam participar nas decisões do país”.
Como
sociedade civil, “a Ordem dos Advogados
precisa melhorar a assistência jurídica que presta aos cidadãos na luta pelos
seus direitos”, reconheceu o Bastonário da Ordem dos Advogados, André
Aragão, que acredita e tem esperança num futuro melhor para São Tomé e
Príncipe. “Se hoje o arroz é prioridade
do nosso povo, devido ao estágio do desenvolvimento, se calhar, mais além a
prioridade será outra, quiçá o acesso à informação e o direito à participação”,
concluiu.
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