segunda-feira, 29 de junho de 2015

Realizado em Lembá debate sobre acesso à informação e a participação

Lúcia Cândido, Irmã Franciscana de Lembá, e
 André Ramos, Pres. da Câmara de Lembá
O Centro Paroquial de Lembá, na cidade de Neves, acolheu na passada sexta-feira, 26 de Junho, pelas 15h00, um debate sobre o direito e o acesso à informação e a participação dos cidadãos no desenvolvimento de São Tomé e Príncipe. Cerca de 2 dezenas de líderes associativos e comunitários, e membros do poder local analisaram também a actual situação do distrito de Lembá no que diz respeito ao acesso à informação e participação nas decisões de âmbito local.

Lúcio Dias, residente em Santa Catarina
Lúcia Cândido, Irmã Franciscana de Lembá, desafiou o Presidente da Câmara de Lembá, presente no evento, a desencadear mecanismos que facilitem levar informações às pessoas para que se sintam valorizadas e incluídas nas decisões de âmbito local. Lúcia Cândido entende que “sem a informação não há desenvolvimento. Se a informação não chega às pessoas, elas não vão poder contribuir. É preciso informar as pessoas para que elas sejam responsáveis e responsabilizadas”. A Irmã Franciscana de Lembá acrescenta ainda que “há pessoas em Lembá que para elas o desenvolvimento não lhes pertence. Pensam que é coisa para o Pres. da Câmara, para os governantes e para as pessoas da capital. Isto acontece porque não damos devida importância às pessoas, porque não as incluímos nos assuntos e nas decisões. Precisamos caminhar com as pessoas”, concluiu.

Mário Pires, professor na Escola Básica de Santa Genny, falou da situação da sua comunidade de Santa Catarina onde o acesso à informação é deficitário. “Temos uma rádio comunitária que podia ajudar, mas não funciona. A informação local passa de boca-a-boca. As nossas crianças não têm acesso a nada, nem sabem quem é o nosso Primeiro-ministro”.

Isalkia de Ceita, funcionária do Tribunal de Lembá
Para Idalécio dos Santos, representante da Cooperativa de Cacau Biológico, “em Lembá, há muitas comunidades sem energia e por isso estão isoladas da informação. Todas as actividades de informação e sensibilização acontecem só aqui em Neves. É preciso levar essas palestras para as comunidades. Há pessoas perdidas nas comunidades rurais que não sabem nada sobre o país. Há situação em que as pessoas nem sabem o que é violência doméstica. Podem sofrer de violência doméstica, mas não sabem se podem queixar ou não, porque também não têm conhecimento sobre os seus direitos”, reclamou.

Isalkia de Ceita, funcionária no Tribunal de Lembá, reclamou dizendo que a Rádio Comunitária de Neves funciona bem mas não passa informações necessárias e completas. Afirmou que o facto das pessoas em Lembá terem pouco acesso à informação “há casos que devem chegar ao Tribunal, mas vão para Polícia que não tem competência para os resolver. As pessoas não estão informadas e não sabem como e quando recorrer a um tribunal”.

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