quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Colaboradores das rádios comunitárias capacitados na promoção da participação do cidadão na governação local

Como o objectivo de melhorar os conhecimentos dos operadores das rádios comunitárias no sentido promoverem a participação dos cidadãos e das comunidades no desenvolvimento local, a FONG, em parceria com ACEP, organizou uma acção de formação destinada a dez colaboradores das quatro rádios comunitárias do país, nomeadamente a Rádio Yógo de Porto Alegre, a Rádio Tlachá de Neves, a Rádio Farol de Santa Catarina e a Rádio Lobata de Guadalupe.

A acção aconteceu na sede da FONG-STP, no dia 12 de Dezembro, e contou com a dinamização da professora universitária, Alda Bandeira.

As rádios comunitárias podem contribuir para a qualidade da governação, fazendo ouvir a voz das comunidades junto do poder local, fomentando o debate público sobre as opções de desenvolvimento e contribuindo desta forma para a apropriação destas questões por parte dos cidadãos e cidadãs.

Sobre a formação, Alda Bandeira afirma que “falamos sobre o papel, o funcionamento e as formas de intervenção das rádios comunitárias. Conseguimos trazer ao debate boas práticas das rádios comunitárias em São Tomé e Príncipe e outras práticas menos boas que carecem ainda de algum trabalho. Apesar de algumas dificuldades, mostraram um alto nível de consciência sobre o papel dessas rádios, no que diz respeito a sua isenção”.

O Director da Rádio Comunitária Tlachá, Sebastião Pires, acredita que “esta formação proporcionou uma partilha de experiência e conhecimento que cada um trouxe da rádio onde colabora. Falou-se aqui do funcionamento das rádios comunitárias. Como nós sabemos, as rádios comunitárias são veículos que devem estar ao serviço das suas respectivas comunidades e prestar serviços para elas, e não estar ao serviço de interesses instalados. É preciso chamar atenção dos radialistas para este aspecto importante que mexe com a credibilidade dessas rádios. Basta desviarmos um pouco do propósito que justifica a nossa existência, para matarmos as nossas rádios. Pois, a população precisa de um trabalho isento que não defenda os interesses instalados”, pontuou.

As rádios comunitárias desempenham importante no desenvolvimento, fazendo chegar informações úteis às comunidades e quebrando desta forma o seu isolamento. Um papel importante também em São Tomé e Príncipe onde nalgumas zonas do país não há acesso à energia ou que a cobertura dos meios de comunicação estatais não alcança.

Em relação a sustentabilidade, um dos maiores desafios das rádios comunitária em São Tomé e Príncipe, a formadora diz tratar-se de uma “fragilidade enorme ao ponto de haver a tentação de ficarem numa situação de dependência e perderem a sua autonomia, que é um dos requisitos essenciais para a sua existência e funcionamento. Alguns interesses podem apoderar-se das rádios comunitárias numa situação de fragilidade. O bom é que os colaboradores estão bem conscientes disso”, concluiu.

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